sexta-feira, 29 de maio de 2009

Breve Relato da Experiência de Intercâmbio na UNC-AR

Bolsista Intercambista 2009/1 Aline de Andrade


Falar sobre a experiência de intercambio é algo que a principio parece um tanto sencillo, simples; o que na verdade não o é. Assim, pode-se dizer que é um pouco complexa por entender que as experiências são e estão limitadas ao sujeito que por ela passa, que por ela vivencia. Quero dizer que, existe um uno, um alguém que vivencia este momento e que tem uma conformação de vida o que o faz enxergar e refletir sua vivencia de formas distintas de um outro, o que recebe as informações e impressões.

As falas aqui presentes estarão determinadas pela conformação deste uno que ora lhes escreve; um uno que tem um percurso de vida distinto daquele que o lê – não se trata aqui que o percurso do primeiro seja melhor que a do segundo ou vice-versa –; desta forma, os impactos e impressões do uno vivenciado, talvez, jamais seriam sentidos pelo outro.

Para falar do assunto proposto parece importante, primeiramente, situar-nos sobre seu conceito. A palavra intercambio está descrita no dicionário Aurélio como 1. troca, permut; 2. Relações de comércio ou intelectuais de nação a nação; no dicionário Argentino Numen, identifica-se a concordância com o primeiro dicionário no item número 1, porém, acrescenta ao número 2 as relações culturais entre nações. Para esclarecer ainda mais, o sítio da Universia - rede de universidades - retrata um pouco sobre o que é intercambio. Neste espaço, defende a simplicidade da palavra por simbolizar nada mais que “troca”: troca de experiências, troca cultural, troca comercial, ou seja, pode ter uma infinidade de sentidos.

Segundo a citação trazida pelo citado sitio, o intercâmbio tem o objetivo primordial de aperfeiçoar as relações entre os povos e culturas aprimorando o entendimento sobre as diferenças culturais presente nos diversos países. Aponta ainda que, o grande interesse pelo intercambio acadêmico se dá pelo fato que o estudante que o tenha realizado se destaque diante dos outros que não passaram pela experiência, já que a presença da realização do intercâmbio em seu currículo facilita muito diante da louca concorrência no mercado de trabalho.

Existem diversos tipos de intercâmbio, o que não nos interessa apresentar aqui, nos apropriaremos apenas do intercambio acadêmico que se trata daquele em que um estudante vinculado a uma universidade ou escola segue para uma outra instituição acadêmica fora de seu país para aperfeiçoar, durante um período determinado, o seu processo de aprendizagem.

Na atualidade muitos estudantes universitários tem se interessado pelos intercâmbios por meio dos diversos programas existentes, no entanto, é algo que está marcado historicamente na sociedade brasileira. Assim, tem-se registro na história no momento em que filhos de fazendeiros no século XIX partiam do Brasil à Europa para estudar, o que significava grande prestígio diante da sociedade daquela época. Já na década de vinte do século passado a prática do intercâmbio evidencia um momento de maior adesão intensificada “após o término da 2ª Guerra Mundial em 1945, quando os países da Europa que se envolveram no conflito passaram por uma completa reestruturação física e econômica”.

A possibilidade do intercambio acadêmico é parte de uma interação maior entre os países, dependendo assim, dos acordos internacionais, da visibilidade e segurança que o pais apresenta diante dos outros. Significa que existem determinações que viabilizam ou não a proporção de efetividade de intercâmbios acadêmicos.

A experiência de intercâmbio retratada é fruto da articulação entre a Universidade Federal de Santa Catarina juntamente com a Universidade Nacional de Córdoba; estas são parte de um acordo e articulação maior através da Asociación de Universidades Grupo de Montevideo (AUGM), no qual fazem parte. O período da experiência corresponde ao primeiro semestre de 2009, entre de março e julho.

A experiência acadêmica vivenciada não conta com bolsa de intercambio, já que essas se encontram bastante limitadas, principalmente para as áreas humanas e, assim, ao curso de Serviço Social. Vale destacar que a questão de oferta de bolsas de intercâmbio dentro do grupo de AUGM está submetida a certo grau de pressão de seus estudantes, por meio de seus espaços representativos articulados a coordenadoria de curso junto a Secretaria de Relações Institucionais e Internacionais (SINTER), exigindo abertura de bolsas de intercâmbio.

Com a intenção de vivenciar um pouco dessa troca cultural, de aprimorar o conhecimento, realizar o exercício da língua estrangeira e, a partir das diversas interrogações que permaneciam a cerca do país vizinho e da vivência de um intercâmbio e, no momento, com um mínimo de recurso financeiro partiu-se a buscar os meios para a realização dos tramites.

Em primeiro momento, buscou-se o SINTER, na UFSC, para obter tais informações; depois, a escolha da Universidade para realização do intercambio. O país já se sabia: era mesmo a Argentina por questões pessoais. Depois de escolher a Universidade Nacional de Córdoba (UNC) para estudar, verificou-se sua data para realização dos trâmites – existe um período bastante grande para a solicitação. Depois foi o momento da busca dos documentos necessários: construção da carta de aval e apresentação; o currículun vitae; o passaporte; carta de antecedentes criminais; o preenchimento da solicitação de admissão como estudante internacional; e mais algumas outras documentações que solicitando no decorrer do processo e permanente contato com o SINTER, até que chegasse a Carta de Admissão enviada pela UNC.

A partir desse momento, iniciou-se a busca por alojamento, informações sobre o país, a cidade, a universidade, estudo da língua e a procura por possíveis contatos de conhecidos de amigos, para que não cheguasse no lugar desconhecido tão perdida assim – o que realmente aconteceu.

Novo país, nova cidade, nova universidade, distintos professores, sem amigos a principio e depois muitos novos. É momento de tentar compreender como se dão as relações, como se procedem as aulas e a organização do curso. Coisas muito distintas. Umas muito aproveitáveis outras melhor que fiquem de “escanteio”. Experiências com pessoas maravilhosas, admiradoras do nosso Brasil. E, falando nele, como tem qualidades, quantas possibilidades, quantas bolsas de estudos – ainda que consideramos que sejam e é bastante limitada -, núcleos de pesquisa, proteção social, controle social por meio dos conselhos, docentes-doutores, também, menos acesso ao curso superior. São infindáveis as comparações. São infindáveis as diferenças. Tão perto e tão longe. Tão perto e tanta diferença. Tão perto e, também, muitas semelhanças. Tão perto e quanta ignorância!

A vivência cria a possibilidade de desafiar sua capacidade de adaptação-interação, compreensão-entendimento, observação-reflexão tanto no meio acadêmico onde te possibilita a ampliação do conhecimento comparando e agregando ao já perpassado no país de origem, como dentro das relações do cotidiano que vão se estabelecendo. Entender o que se passa e como se passa e porque se passa, às vezes sem entender nada, já que a língua é distinta e na velocidade da fala comunal dos hermanos e das hermanas não há possibilidade que apreendas o que dizem. Coisa que vai modificando com o tempo. E a medida que vai passando a compreensão caminha em processo progressivo e positivo. As coisas vão se clarificando mas, também, se complexificando. É mesmo uma contradição.

O momento é também de oportunizar outras experiências. A Bolívia foi elegida para isso! Depois de ter dado um pulo na centro econômico do pais, Buenos Aires, e em outras cidades, caminhou-se até o sul da Bolívia. Foi rápido! Foi inesquecível! E não será, seguramente, a única vez! O cambio da paisagem foi impressionante. A viagem com o taxista coqueador, a música folclórica no carro, as bolivianas com suas roupas nativas e a linda feira na cidade de Tarija - berço do gás natural da Bolívia. Que Egrégora! Nesta oportunidade oportunizou-se conhecer cidades que não estão na rota turística, conhecendo, assim, coisas do país que estão para além do que é “permitido” ao turista ver. A cidade de Salta é parte do roteiro turístico, é linda, es La Linda! Está situada em meio dos cerros. Muito rica culturalmente, um dos seus museus guarda duas índias mumificadas com técnicas indígenas da região que foram encontradas faz pouco tempo muito bem conservadas. É fantástico! No dia que passava por aí, acontecia o inicio da comemoração do 25 de Mayo: era o Cambio de Guardia, era a tradição gaucha de Salta.

A música, as expressões da língua, a comida, os costumes, os feriados, as tradições fazem parte do processo de aproximação do conhecimento. No confronto cultural a possibilidade do crescimento, do desenvolvimento do exercício da sensibilidade para compreender o outro e o momento que vive. Até o momento já se percebe este país de outra forma, certamente muito melhor do que anteriormente e, seguramente, não será possível captá-lo e compreende-lo na sua complexidade nem na sua totalidade.

O que é então o intercâmbio? O que ele te permitirá fazer? O que se deve fazer? Parece depender de uno para cada uno, sem perder de vista o comprometimento com a universidade de origem e, tampouco, com a universidade anfitriã. É aproveitar os espaços, os encontros e desencontros, as disciplinas, as novas amizades. É divulgar sua origem, é conhecer o novo chão: é realizar a “troca”. É formar-se um sujeito melhor culturalmente, politicamente, socialmente é formar-se mais sensível para observar-refletir-agir.

A caminhada não acabou. Coisas novas hão de surgir no curto período que resta. As avaliações das disciplinas estão previstas e até agora nenhuma foi realizada: expectativas e anseios! Assim segue.

Claro está que este período não será olvidado na vida deste uno. Fica a vontade da construção de mais espaços e possibilidades para que os estudantes que desejam possam realizar a vivência do intercambio acadêmico; este crescendo como pessoa, certamente crescerá como profissional, como cidadão, como sujeito histórico! Construindo assim caminhos que possibilitem transformações cotidianas: locais e globais.

Mais fotos, clique aqui.

Referências

http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra=interc%E2mbio&id=2255

http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=6512

Aurélio, 3ª ed. Curitiba: Positivo, 2004

www.grupomontevideo.edu.uy

http://www.sinter.ufsc.br/

terça-feira, 19 de maio de 2009

CINEPET: FRANÇA


O PET Serviço Social por meio do seu projeto CINEPET convida todos a participarem das sessões de Cinema que acontecem todas as sextas-feiras às 14horas no Auditório do Centro Sócio-Econômico (CSE).

A temática deste mês é FRANÇA e
Nesta sexta-feira haverá a exibição do segundo filme da Trilogia das Cores - A igualdade é branca 22/05 - 14h no Auditório do CSE.
Sobre o filme acesse: http://www.screamyell.com.br/secoes/trilogia.html

O evento é gratutito.
E na próxima semana, encerrando a temática França, 29/05 - TRILOGIA DAS CORES - A FRATERNIDADE É VERMELHA.



terça-feira, 5 de maio de 2009

CINEPET: FRANÇA

O PET Serviço Social por meio do seu projeto CINEPET convida todos a participarem das sessões de Cinema que acontecem todas as sextas-feiras às 14horas no Auditório do Centro Sócio-Econômico (CSE).

A temática deste mês é FRANÇA e
Nesta sexta-feira haverá a exibição do filme: PIAF - Um hino ao amor - 08/05 - 14h no Auditório do CSE
Sobre o filme acesse: http://www.edithpiaf.com.br/

O evento é gratutito.
Confira nosso calendário para o mês de Maio:

08/05 - PIAF - UM HINO AO AMOR - DIRETOR
15/05 - TRILOGIA DAS CORES - A LIBERDADE É AZUL
22/05 - TRILOGIA DAS CORES - A IGUALDADE É BRANCA
29/05 - TRILOGIA DAS CORES - A FRATERNIDADE É VERMELHA